segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Arte Grega




“O homem é a medida de todas as coisas”.
(Protágoras – Filósofo grego)

            Dos povos da Antiguidade, os gregos foram os que apresentaram uma cultura mais livre.
       A figura humana era o principal motivo na arte grega e refletia um respeito pelo equilíbrio. Valorizaram as ações humanas, na certeza de que o HOMEM era a criatura mais importante do universo. Não se submeteram às imposições de sacerdotes ou de reis autoritários. O conhecimento, através da RAZÃO, esteve sempre acima da em divindades. 

  A arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis eram seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles tem como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é “a medida de todas as coisas”; e a democracia.  
 
ARQUITETURA

            A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos.
            Os tempos são as edificações que despertaram maior interesse.  São construídos com pedras sobre uma plataforma três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas muitas colunas para garantir a sustentação do teto. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia. O espaço interno era pequeno, destinado às imagens de deuses e sacerdotes. Os cultos eram realizados na parte externa.

Santuário de Afaya
O Erecteion da Acrópole
 Partenon da Acrópole
 Restos do templo de Apolo
Ruínas do santuário de Palas Aten
Templo da concórdia

Ordem Dórica
Era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era sóbrio e ausente de enfeites, uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Caracteriza-se pela coluna apoiada diretamente sobre a plataforma do templo. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência. Traduz a forma do homem.
Ordem Jônica
Representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem jônica traduz a forma da mulher.
Ordem Coríntia
Era basicamente igual a jônica, seu capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.



PINTURA

A pintura dos gregos perdeu-se quase por completo, uma das razões era que os gregos pintavam sobretudo em painéis de madeira, que não resistiram ao tempo.
Nossa única pista da beleza da pintura grega está quase toda na decoração de vasos, uma arte relativamente menor e essencialmente utilitária.
A palavra “vaso” (que começou a ser usada no século XVIII como termo amplo para designar a cerâmica grega) talvez crie equívocos. Ao contrário do que pode acontecer hoje em dia, os gregos nunca faziam vasos apenas com fins decorativos; sempre tinham em mente um propósito específico. Seus ceramistas produziam uma ampla gama de produtos, em diversos formatos, tais como jarras de armazenagem, garrafas de perfume e ungüento e recipientes de líquidos usados em rituais.
Nas pinturas dos vasos, percebemos a preocupação com a anatomia, pois a figura humana tornou-se o principal tema da arte e da filosofia gregas. Surge toda uma nova maneira de ver a arte, em relação ao que o olho enxerga e a mente dispõe.
Os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação.
       As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.

A pintura grega se divide em três grupos:
 1) figuras negras sobre o fundo vermelho

Cerâmica, Anfora ática decorada com Hércules 
 Cerâmica, Athena Promachos

 2) figuras vermelhas sobre o fundo negro 


 

Cerâmica, Figura vermelha

 3) figuras vermelhas sobre o fundo branco



 Cerâmica, Anfora geométrica
Cerâmica, Guerreiro

A EVOLUÇÃO DAS ESCULTURAS GREGAS


            Os gregos buscavam no homem e na vida inspiração. O homem era considerado o modelo, o padrão de beleza. Ele era retratado sem imperfeições, idealizado. Seus deuses eram uma glorificação do próprio homem e tinham emoções e características humanas.
            Os gregos apresentavam uma produção cultural livre, pois não se submetiam às regras rígidas como os egípcios, por isso as esculturas puderam evoluir livremente, pois não tinham uma função religiosa.
            A escultura grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. O antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável.
            O escultor grego acreditava que uma estátua que representasse um homem não deveria ser apenas semelhante a um homem, mas também um objeto belo em si mesmo.

            O Período Arcaico vai de meados do século VII a.C. até a época das Guerras Pérsicas, no século V a.C. Nesse período houve uma forte influência egípcia, não só como fonte de inspiração, mas também da própria técnica de esculpir em grandes blocos;
            Os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Apreciavam a simetria natural do corpo humano, esculpiam em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Para deixar clara ao observador essa simetria, o artista esculpia figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: homem jovem). 



Estátuas gregas segundo o padrão kouros (homem jovem)

           Como a arte não tinha função religiosa e não submetia-se a regras rígida, a escultura evoluiu livremente. O escultor grego começou a não se satisfazer mais com a postura rígida e forçada de suas esculturas.


O Período Clássico teve início com as Guerras Pérsicas no século V a.C. e vai até o fim da Guerra do Peloponeso, no século IV a. C. Desse período, destaca-se, sobretudo o século V a.C., chamado “século de Péricles”, quando as atividades intelectuais, artísticas e políticas manifestaram o esplendor da cultura grega.
Para superar a aparência de rigidez e imobilidade, o escultor grego procurou representar as figuras em movimento, procurou dar movimento nas estátuas, para isto,  começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. 

A obra abaixo representa uma nova forma de fazer escultura. Em vez de olhar bem para a frente, como o kouros, o Efebo tem a cabeça ligeiramente voltada para o ladoEm vez de apoiar-se igualmente sobre as duas pernas, o corpo descansa sobre uma delas, mais afastada em relação ao eixo de simetria, e mantém nesse lado o quadril um pouco mais elevado.
Efebo de Crítios

    Nessa procura de superação da rigidez das estátuas, o mármore mostrou-se um material inadequado: era pesado demais e se quebrava sob seu próprio peso, quando determinadas partes do corpo não estavam apoiadas;
        A solução foi trabalhar as esculturas em bronze, material mais resistente e permitia ao artista criar figuras que expressassem melhor o movimento.
          Os braços e as pernas dessa estátua mostram uma atividade vigorosa. Seu tronco, porém, traduz imobilidade.
Zeus de Artemísio

Discóbolo, de Míron

            O problema de imobilidade do tronco ainda persiste nesta estátua, pois observamos a oposição que há entre a intensa atividade dos membros e a estrutura estática do tronco.


Doríforo (lanceiro), de Policleto
(cópia romana em mármore, o original grego data de 440 a.C.)

A solução para o problema da imobilidade foi dada por Policleto. Sua escultura mostra um homem caminhando e pronto para dar mais um passo. A figura toda apresenta alternância de membros tensos e relaxados.


Alexandre Magno, construiu um gigantesco império, que após sua morte fragmentou-se em vários reinos. Esses reinos desenvolveram uma cultura semelhante à grega – daí ser chamado de helenístico, de Hélade, como a Grécia era conhecida.
No Período Helenístico,podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados.

Características da escultura do período helenístico:
  • Tendência de expressar, sob forma humana, idéias e sentimentos, como paz, amor, liberdade, vitória, etc;
  • Início do nu feminino;
  • A grande novidade da escultura do período helenístico foi a represetação de grupos de pessoas, em vez de uma figura.
Cópia romana da Afrodite de Cápua, de Lisipo 
(o original grego data do século IV a.C.);
       
           Representa a deusa com o tronco despido, segurando um escudo em que admira o reflexo de sua própria beleza. Esse trabalho foi muito apreciado e copiado, com variações, durante séculos. Assim é que já no século II a.C. aparece a célebre Afrodite de Melos (Vênus de Milo).
 
“Afrodite de Melos”, ou “Vênus de Milo” na designação romana.
            
             Escultura de autor desconhecido, sendo uma cópia romana. Nessa escultura vêem-se combinados a nudez parcial da “Afrodite de Cápua” e o princípio de Policleto – alternância de membros tensos e relaxados, que ele usou ao esculpir o “Doríforo”.

              Compare nas duas esculturas a posição da perna esquerda, do lado direito do quadril e do lado esquerdo do tronco. É possível notar na Afrodite de Melos a mesma impressão de movimento que se percebe no Doríforo.
“Vitória de Samotrácia”

             No início do século II a.C., os escultores procuraram criar figuras que expressassem maior mobilidade e que levassem o olhar do observador a circular em torno delas. Um belo exemplo dessa nova tendência é a “Vitória de Samotrácia”. Supõe-se que esta escultura estivesse presa à proa de um navio que conduzia uma frota.
            Figura de uma mulher com as asas abertas, personificando o desejo de vitória: a túnica agitada pelo vento, as asas ligeiramente afastadas para trás, o drapeado das vestes, o tecido transparente e colado ao corpo. Todos esses elementos criam uma figura aérea e flutuante e causam no espectador uma forte sugestão de movimento.

            A grande novidade da escultura do período helenístico, entretanto, foi a representação de grupos de pessoas, em vez de apenas uma figura. Todo o conjunto devia dar a impressão de movimento e permitir a observação por todos os ângulos.

“O Soldado Gálata e sua Mulher”
(cópia romana, o original grego se perdeu e data do século III a.C.)

           Esse conjunto era parte de um monumento de guerra existente em Pérgaso, na Ásia Menor. Representação da cena; um soldado grego mata a mulher para não entregá-la ao inimigo e se prepara para o suicídio.
Qualquer lado que seja visto, mostra uma forte dramaticidade. O soldado olha para trás, como que desafiando o inimigo que se aproxima. Ele está  pronto para enterrar a espada no pescoço e ao mesmo tempo, segura por um dos braços o corpo inerte da mulher que escorrega no chão. O outro braço da mulher, já sem vida, contrasta com a perna tensa do marido.
 Laoconte e seus filhos
            A dramaticidade é obtida justamente pelos contrastes: vida e morte, homem e mulher, o nu e as vestes, força e debilidade.


Fonte:

  • BECKETT, Wendy. A História da Pintura. São Paulo: Editora Ática. 1997.
  • Carla Paula Brondi Calabria e Raquel Valle Martins. Arte, História e Produção 2: arte Ocidental. Editora FTD, 1997
  • Strickland, Carol. Arte Comentada: da Pré-historia ao Pós-moderno. Editora: Ediouro, 1999.
  • Proença, Graça. História da Arte. São Paulo. Ed. Ática. 17ª edição, 2007 
  • Site: www.historiadaarte.com.br  (http://www.historiadaarte.com.br/linha/grecia.html)

Arte Egípcia


        Em vista da obsessão da sociedade egípcia com a imortalidade, não é de surpreender que a arte tenha se mantido sem mudanças por três mil anos. Sua mais alta preocupação era garantir uma vida após a morte confortável para seus soberanos, que eram considerados deuses. A colossal arquitetura e as obras-de-arte existiam para cercar o espírito do faraó de glória eterna.
Nessa busca de permanência, os egípcios definiram o essencial para uma grande civilização: literatura, ciências médicas e alta matemática. Não apenas desenvolveram uma cultura impressionante – apesar de estática – mas, enquanto outras civilizações nasciam e morriam com a regularidade das cheias do Nilo, o Egito sustentou o primeiro estado unificado de grandes porte durante três milênios.
 
 (Fonte: Strickland, Carol. Arte Comentada: da Pré-historia ao Pós-moderno. 
Editora: Ediouro, 1999)
            Mas se hoje temos conhecimento dessa fascinante civilização que se desenvolveu às margens do rio Nilo, foi graças a descoberta da Pedra da Roseta, uma laje de basalto com a mesma inscrição em três línguas: o demótico, o grego e os hieróglifos descoberta em 1799. Mas apenas em 1822 Champollion conseguiu decifrar os hieróglifos, escrita sagrada egípcia, tornando possível decifrar os escritos encontrados nas tumbas, que eram verdadeiras cápsulas de informação sobre a vida cotidiana de seus ocupantes e que forneceram conhecimentos detalhados dessa civilização desaparecida.

  • Leia abaixo a história da Pedra da Roseta. 

PINTURA

          Os egípcios amavam demais o mundo terreno para acreditarem que os seus prazeres chegassem necessariamente ao fim com a morte. Achavam que pelo menos os ricos e poderosos poderiam desfrutar as delícias da vida pela eternidade afora, desde que as imagens desses falecidos fossem reproduzidas em suas respectivas tumbas. Assim, boa parte da pintura egípcia era feita em prol dos mortos. Entretanto, é possível que os egípcios não julgassem que garantir uma boa vida após a morte exigisse muito gasto e que, por isso, tenham escolhido a pintura como um recurso que poupava mão-de-obra e cortava gastos. Em lugar da dispendiosa arte escultórica ou da pedra talhada, empregava-se uma expressão artística mais barata, a pintura. Em todo caso, é certo que o estilo de pintura cerimonial e formal usado nas paredes das tumbas não era o único disponível. Hoje sabemos que, ainda em vida, egípcios ricos tinham murais em casa e que estes eram elaborados em estilos pinturescos de rica textura. Infelizmente, só perduraram pequenos fragmentos desses murais.

(BECKETT, Wendy. A História da Pintura. São Paulo: Editora Ática. 1997)
               
            Entre as regras seguidas na pintura e nos baixos-relevos, destaca-se a Lei da Frontalidade, uma verdadeira marca da arte egípcia. De acordo com ela, a arte não deveria apresentar uma reprodução naturalista, que sugerisse ilusão de realidade: pelo contrário, diante de uma figura humana retrata frontalmente, o observador deveria reconhecer claramente tratar-se de uma representação.

Pintura, Capela funerária de Tutmes III
 Pintura, Decoraçao da tumba de Seti
Pintura, A tumba de De Horemheb
          
 Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho.
 
 Pintura, Casal real no jardim
Pintura, Maat a deusa da verdade

Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa 
fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, 
suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.

            A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas.
            As características da pintura egípcia são:
• ausência de três dimensões;
• ignorância da profundidade;
• colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo.

ESCULTURA

               Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade. Os homens possuíam a cor da pele mais escura e apareciam sempre maiores que as mulheres.Há esculturas de todos os tamanhos feitas em madeira, pedra, outro e bronze.
 
Escriba sentado
 Estátua do faraó
Templo de Abu-Simbell
Nefertiti e Akhenaton
 Rei Mycerinus e sua rainha

       Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições.
             Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.


 

ARQUITETURA



                As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.

                Queóps é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 metros de altura, um prédio de 48 andares. Nove metros já se foram, graças principalmente à ação corrosiva da poluição vinda do Cairo. Para erguê-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos de pedras e o trabalho de cem mil Inícions, durante vinte anos.
Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos.

                As características gerais da arquitetura egípcia são:
• solidez e durabilidade;
• sentimento de eternidade; e
• aspecto misterioso e impenetrável.

               As pirâmides tinham base quandrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences.   

(Fonte: Texto: http://www.historiadaarte.com.br/)
             Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.
Templo de Carnac
Templo de Luxor
                Templo de Carnac
 
Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.

                Muito do que se conhece sobre o Egito antigo provém das tumbas que restaram. Como os egípcios acreditavam que o ka, o espírito, do faraó era imortal, depositavam em sua tumba todos todos os seus bens terrenos para que ele os usasse na eternidade. As pinturas e os hieróglifos nas paredes eram uma forma de inventariar a vida e as atividades diárias do falecido nos mínimos detalhes. estátuas do faraó ofereciam uma morada alternativa para o ka, caso o corpo mumificado se deteriorasse e não pudesse mais hospedá-lo. 

(Fonte: Strickland, Carol. Arte Comentada: da Pré-historia ao Pós-moderno.
Editora: Ediouro, 1999) 


A ARTE DA MUMIFICAÇÃO

Os egípcios acreditavam que o ka, ou força vital, era imortal. Com o objetivo de fornecer um receptáculo durável  para o espírito, aperfeiçoaram a ciência do embalsamamento. A preservação do corpo começava com a extração do cérebro do falecido através das narinas, com um gancho de metal. As vísceras – fígado, pulmões, estômago e intestinos – eram removidas e preservadas em urnas separadas. O que restava ficava imerso em salmoura durante um mês, e depois o cadáver em conserva era literalmente estendido para secar. O cadáver, enrugado, era então recheado – os seios das mulheres eram estofados -envolto em várias camadas de ataduras, e finalmente confinado num caixão e num sarcófago de pedra. Na verdade, o clima seco do Egito e a ausência de bactérias nas areias e no ar provavelmente contribuíam para a preservação do corpo tanto quanto este tratamento químico. Em 1881, quarenta corpos de reis foram descobertos, inclusive o do Faraó Ramsés II, que tinha a pele ressecada, os dentes e os cabelos ainda intactos. O monarca de três mil anos de idade, em cuja corte Moisés se criou, era chamado “O Grande”, e por boas razões: gerou mais de cem filhos durante seus opulentos 67 anos de reinado. No entanto, quando um inspetor da alfândega examinou os restos de Ramsés II, na transferência da múmia para o Cairo, rotulou-o como “peixe seco”.


 Fonte: Strickland, Carol. Arte Comentada: da Pré-historia ao Pós-moderno. Editora: Ediouro, 1999


 
Ramsés II


TUTANCÂMON
O FARAÓ DO OURO

O Faraó Tutancâmon, morto aos 19 anos, não foi importante em vida. Mas na morte, passados três mil anos, tornou-se o mais famoso de todos os faraós. Seu túmulo foi o único descoberto em condições próximas às originais. O arqueólogo inglês Howard Carter era o único a acreditar que a tumba poderia ser encontrada. Durante seis anos ele escavou o Vale dos Reis e, por duas vezes, chegou a dois metros da entrada da tumba. Em 1922, literalmente bateu os olhos na tumba. Ao acender um fósforo para enxergar na escuridão, viu “o brilho do ouro em toda parte”.
Tomamos conhecimento da magnificência funérea dos faraós através da tumba de Tutancâmon. A câmara mortuária continha desde cestas de frutas e guirlandas de flores que ainda mantinham as cores, uma cama dobrável e uma caixa de brinquedos até quatro carruagens totalmente revestidas em ouro. De fato, o ouro predominava na decoração: sofás de ouro, trono dourado, paredes de ouro, um caixão de quase dois metros de ouro maciço, além da hoje famosa máscara mortuária cobrindo o rosto da real múmia no mais recôndido dos três caixões que se aninhavam um dentro do outro.
Mas de vinte pessoas envolvidas na abertura da tumba morreram em circunstâncias misteriosas, dando margem a histórias sinistras sobre a “maldição do faraó”. Essas superstição, porém, não impediram que uma turnê de Tutancâmon mundo afora atraísse mais visitantes aos museus que qualquer outra exposição na história.

onte: Strickland, Carol. Arte Comentada: da Pré-historia ao Pós-moderno. Editora: Ediouro, 1999

 Máscara mortuária de Tutancâmon
Afresci da câmara mortuária de Tutancâmon, aparecendo as figuras de Anúbis,
o faraó e Ísis










Descando para a cabeça do rei, feito em marfim.Shu, deus da atmosfera é a base e os leões representam a alvorada e o crepúsculo

Sarcófagos de ouro de Tutancâmon

Trono de ourto de Tutancâmon




A MALDIÇÃO ERA UM FUNGO

             Guiado por um xeque, o viajante inglês Richard Pococke em 1743, foi o primeiro a chamar a atenção da Europa para uma região conhecida como Vale do Reis, a oeste de Tebas, no Egito. Ele tinha avistado catorze dos sessenta túmulos existentes no Vale, mas não sabia que todos os faraós e nobres mortos entre 1567 e 1085 a.C. estavam ali enterrados. Na época de Pococke, era impossível explorar o local: todos os que se aproximavam era expulsos por quadrilhas de ladrões que habitavam as colinas. Talvez a primeira grande descoberta tenha ocorrido em 1881, quando o subdiretor do Museu do Cairo, Emile Brugsch, seguindo a pista de um ladrão, encontrou num poço nada menos de 31 caixões e 24 múmias – entre ela a do faraó Ramsés II (reinou de 1304 a 1237).
           A maioria dos túmulos havia sido saqueada por ladrões. No início deste século, aparentemente tudo o que restava de valor já estava exposto em museus. Talvez por isso a descoberta mais empolgante tenha sido a múmia do faraó Tutancâmon (reinou de 1361 a 1352 a.C.) no dia 04 de abril de 1923. Foi a consagração do arqueólogo inglês Howard Carter, que levou 23 anos procurando o túmulo. Mas, como Lord Carnavon, o milionário que financiara essa busca, morreu repentinamente um mês depois da descoberta, sugiu a lenda de sua maldição, mesmo porque no túmulo havia a inscrição: “A morte tocará com suas asas aquele que desrespeitar o faraó”.
               Para reforçar essa crença, nos meses seguintes outros 25 membros da expedição inglesa morreram em condições misteriosas. Só há três anos, médicos franceses conseguiram explicar essas mortes: os pesquisadores que entraram na tumba do faraó respiraram um ar impregnado de fungos. Isso causou uma reação alérgica de insuficiência respiratória, que acabou matando-os por asfixia.

(Revista Superinteressante, Abril, n.6, 1988 – está no livro de  
Editora FTD, 1997)