terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Arte Românica


          No Natal do ano 800, o papa Leão III coroou Carlos Magno como Imperador do Ocidente, iniciando assim um imenso desenvolvimento cultural, pois o poder real uniu-se ao Imperador, tornando-o protetor da cristandade.
          Durante o reinado de Carlos Magno a Europa teve um notável desenvolvimento cultural conhecido como “renascimento carolíngio”. Nas oficinas de arte de sua corte os artistas redescobriram a cultura e a arte greco-romana e produziram objetos de arte e manuscritos ilustrados. Tanto as oficinas ligadas ao palácio como as ligadas aos mosteiros desempenharam importante papel na evolução da arte após o reinado de Carlos Magno.
Contudo, no Império Carolíngio não foram criadas obras monumentais. O tamanho reduzido era, aliás, característico dos objetos produzidos nas oficinas de arte, fossem eles pinturas, esculturas ou trabalhos em metal. 
           Com a morte de Carlos Magno as oficinas de arte centralizaram-se nos mosteiros. Das atividades artísticas aí desenvolvidas, a ilustração de manuscritos foi a mais importante. Foram também alvo de interesse a arquitetura, a escultura, a ourivesaria, a cerâmica, a fundição de sino, a encadernação e a fabricação de vidros.
          A tradição cultural do mundo greco-romano foi fator decisivo para, mais tarde, criar um novo estilo, adotado  principalmente na arquitetura das igrejas, chamado de ROMÂNICO.
           Esse nome foi criado no final dos séculos XI e XII, na Europa, para designar as obras arquitetônicas cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos. 
          As igrejas românticas caracterizam-se por suas estruturas reforçadas: grossos pilares sustentam as abóbadas e os arcos dando um aspecto de força e solidez. As paredes maciças, com poucas janelas (aberturas raras e estreitas), tornam o ambiente sombrio e místico levando à oração e ao recolhimento. As torres aparecem no cruzamento das naves ou na fachada.


 
Igreja de São Pedro de Rates, Portugal

Interior da Igreja de São Pedro de Rates, Portugal

             As torres aparecem no cruzamento das naves ou na fachada.


Igreja de Saint Philibert em Tournus na França

                                                      Igreja de Saint Philibert

Interior da Igreja de Saint Philibert

Interior da Igreja de Saint Philibert

Interior da Igreja de Saint Philibert


          As construções românicas (grande parte igrejas e mosteiros) se caracterizam pela utilização de arco pleno, abóbadas de aresta e de berço, pela predominância de linhas horizontais, pela solidez de suas paredes com pequenas janelas, criando ambientes escuros e sombrios.

Abóbada de berço

Abóbada de aresta

abóbada de berço e abóbada de aresta


             A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade. A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o  edifício mais conhecido do seu conjunto  o campanário que começou a ser construído em 1174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu.


Catedral de Pisa

Catedral de Pisa

Catedral de Pisa

Catedral de Pisa

Torre de Pisa

            Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas.

                Durante a Idade Média, havia muitas peregrinações a lugares considerados santos. Muitas aldeias que ficavam na rota desses lugares construíram igrejas para acolher os peregrinos, que tinham de percorrer longas distâncias até chegar ao santuário desejado.
                  Dentre os lugares santos mais procurados estavam Jerusalém, onde Jesus Cristo morreu; Roma, onde fica a sede da Igreja; e Santiago de Compostela, na Espanha, onde se acredita que o apóstolo Tiago esteja enterrado.

                  A Igreja de Saint Sernin, na cidade de Toulouse, era uma dessas igrejas de parada obrigatória para os peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela.


 Basílica de Sain Sernin, Toulouse (França)

Basílica de Sain Sernin, Toulouse (França)


Igreja de Saint Martin

Igreja de Saint Martin, localizada em Frómista, Espanha e fica a caminho de Santiago

       
PINTURA E ESCULTURA

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

CARAVAGGIO - Michelangelo Merisi da Caravaggio



        CARAVAGGIO era o nome da aldeia natal de sua família e foi escolhido como seu nome artístico. Nasceu em Milão em 29 de setembro de 1571.
          Foi o maior pintor italiano de seu tempo. É normalmente identificado como artista barroco, do qual foi o primeiro grande representante.
        De 1592 a 1606, trabalhou em Roma, onde não tardou a destacar-se, não só pelo enfoque original da obra pictórica, como pela sua vida irregular na qual aconteciam brigas e episódios que  revelavam seu caráter tempestuoso e sua falta de escrúpulos. Era orgulhoso, teimoso e sempre envolvido em brigas, o que tornou difícil a convivência com ele. Era considerado um farrista inconsequente, vivia com problemas com a polícia e sem dinheiro.

        Tido como revolucionário, tanto pela sua vida turbulenta, como pelo fato da sua pintura ter proposto uma oposição consciente ao Renascimento e ao Maneirismo.

       Em 1606, Caravaggio matou um homem e foi obrigado a fugir de Roma, onde a extremo contragosto nunca pode voltar. Morreu quatro anos depois em uma praia solitária, assolado pela malária. Nesta última época, pintou algumas obras nas quais seu dramatismo característico deu lugar a uma grande serenidade.

Características de sua pintura:

     Pintou temas religiosos e escolhia como modelos de suas obras, mendigos, marinheiros, prostitutas e crianças de rua. Preferia todo tipo de pessoas que não eram os nobres ou que tivessem grande expressão. Utilizou esses modelos sem qualquer receio de representar a feiura, a deformidade em cenas provocadoras, características que distinguem suas obras e que chocou os seus contemporâneos.
        Caravaggio deu aos seus quadros uma dimensão e impacto realista, ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro, e agrupar a cena em primeiro plano com focos intensos de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos. O uso de sombra e luz é marcante em seus quadros e atrai o observador para dentro da cena.

Estilo artístico de Caravaggio:


  • Usava um forte realismo na pintura de suas obras;
  • Colocava o foco da imagem nos rostos dos personagens;
  • Usava efeitos de sombras e luzes;
  • Buscava a intensidade de efeitos através de veementes contrastes entre o claro e o escuro que modelam as figuras e objetos, e através de uma presença física de um vigor incomparável;
  • Pintava o fundo de suas obras de cores escuras, principalmente de cor preta. Este recurso dava um aspecto obscuro em suas pinturas.

              O Tocador de Alaúde - 1596

     Combina figura humana com natureza morta, um fenômeno característico da primeira 
     etapa de sua pintura. Um jovem de beleza feminóide e sensual comparte o protagonismo com frutas, flores e uma série de objetos relacionados à música. Nesta obra há o emprego estético do jogo de luz e sombra, que criava um efeito de volume e profundidade, sem dar à ação efeitos dramáticos, como seria habitual nas posteriores obras do artista.


            A Ceia de Emaús - 1603


A Ceia de Emaús, 1606 

     Esta é uma de suas obras primas, caracterizada por suntuosos tons de escuro, sombras 
     envolvendo e feixes  de  luz claro que incidem  em  pontos determinados, assinala o 
     começo  do  período  de  maturidade  do  artista que se inclina abertamente pelos
     temas religiosos.

       
A Morte da Virgem - 1605

     Com esta obra o artista levou às últimas consequências seus princípios estéticos, que 
     foi acusado de usar o corpo de uma prostituta fisgada morta do rio Tibre para pintar 
     a personagem da obra. Esta foi uma das duas mais importantes características de 
     sua pintura: retratar o aspecto mundano dos eventos bíblicos, usando o povo comum 
      das ruas de Roma.

A Flagelação de Cristo

    Algumas de suas obras são rejeitadas pelo naturalismo com o qual aborda as paisagens bíblicas, mas não faltaram mecenas dispostos a adquirir de bom gosto àqueles quadros que o clero não via com bons olhos. A esta época correspondem as grandes obras do artista: Os retábulos Contarelli de San Luigi dei Francesi e da capela de Ceresi de Santa Maria Del Popolo.

        A Vocação de São Mateus


     O Martírio de São Mateus     
         
     A Crucificação de São Pedro

  
     Conversão de São Paulo


A Conversão de São Paulo a caminho de Damasco


     Estas obras são dominadas por uma intensa ação dramática, muito estudada desde o     ponto de vista da composição e nas quais se obtêm esplêndidos resultados com  grande economia de meios.  


   Mais obras

Temas religiosos

 A Anunciação, 1608

A Crucificação de André, 1607

A Decapitação de João Batista

A deposiçao de Cristo, 1603

A incredulidade de Tomé, 1602

A morte de Santa Lúcia, 1608

A prisão de Jesus, 1598

A ressurreição de Lázaro, 1608

Cristo acorrentado, 1607

Davi, 1600

Davi, 1606

Descanso na fuga para o Egito

Jesus coroado de espinhos, 1606

Jesus é coroado de espinhos, 1603

João Batista, 1600

João Batista, 1603

Judite Holofernes, 1598

 Madalena, 1567

Madona do Rosário, 1607

Marta e Maria Madalena, 1598

O Sacrifício de Isaac, 1602

Santa Catarina de Alexandria, 159

São Francisco em êxtase, 1595

São Francisco, 1606

 São Jerônimo, 1606

São Jerônimo, 1607

Sete atos de perdão, 1607

 Salomé com a cabeça de João Batista



Temas mitológicos

Amor vitorioso, 1603

Baco doente, 1593

Baco, 1596

Cupido adormecido, 1608

Medusa, 1598

Narciso


Natureza morta

Cesta de frutas, 1597


Outros temas

Menino com cesta de frutas, 1593

 Menino descascando frutas, 1593

Menino mordido por lagarto, 1594

O guardião de valores, 1596

Os músicos, 1595







     Disponível em:
     http://pt.wikipedia.org/wiki/Caravaggio
     Obras:
     www.google.com.br  
     Arquivo pessoal