Por sua antiguidade, pode-se verificar que a arte é mesmo nosso direito inato.
Ela teve início não na história, mas na pré-história, milhares de anos atrás.
Nossos ancestrais paleolíticos, que viveram entre 30000 e 8000 a.C., eram
pequenos, peludos e iletrados, e nem mesmo a arqueologia consegue afirmar muito
a respeito deles. Mas uma coisa é luminosamente certa: esses habitantes das
cavernas da Idade da Pedra eram artistas, e não apenas no sentido de serem
capazes de descrever em termos visuais os bichos com que tinham contato no
dia-a-dia. Uma arte assim talvez não fosse mais que ilustração, e a pintura das
cavernas é muito mais que isso. É arte em grande estilo, arte grandiosa,
evidenciada em obras de uma argúcia e uma pujança que nunca foram superadas.
(Fonte: BECKETT, Wendy. A História da
Pintura.
São Paulo: Editora Ática. 1997)
A
Pré-história é anterior ao surgimento da escrita, por isso não temos nenhum
documento ou relato escrito desse período: tudo o que sabemos sobre nossos
ancestrais pré-históricos é resultado de pesquisas de antropólogos e
historiadores que a reconstituíram com base nos objetos encontrados em várias
regiões do mundo e nas pinturas e gravações do interior de muitas cavernas na
Europa, no norte da África, na Ásia e no continente americano.
(Fonte:GRAÇA
PROENÇA - HISTÓRIA DA
ARTE.
São Paulo. Ed. Ática. 17ª edição, 2007)
São do Paleolítico as primeiras manifestações artísticas de que se tem registro, como as pinturas encontradas nas cavernas de Chauvet e Lascaux, na França, e de Altamira, na Espanha).
PALEOLÍTICO SUPERIOR
São do Paleolítico as primeiras manifestações artísticas de que se tem registro, como as pinturas encontradas nas cavernas de Chauvet e Lascaux, na França, e de Altamira, na Espanha).
A
principal característica dos desenhos do Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) é
o naturalismo.O
artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de
uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista
captava. Atualmente, a explicação mais frequente
é que essa arte era realizada por caçadores, como parte de rituais de magia.
Talvez o pintor-caçador acreditasse que, “aprisionando” a imagem do animal, teria
poder sobre ele. Assim, se o representasse mortalmente ferido no desenho,
conseguiria abatê-lo na vida real. É claro que essa é apenas uma hipótese, pois
não há como comprová-la.
O
artista do paleolítico tinha uma grande capacidade de interpretar a natureza.
Utilizavam imagens carregadas de traços fortes que expressam a idéia de vigor para
representar os animais que temiam, ou os grandes animais que caçavam, como o
bisão.
Utilizavam as pinturas rupestres,
isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era
nômade.
- O Paleolíco foi também chamado de Idade da Pedra Lascada porque as armas e os instrumentos de pedra produzidos pelos grupos humanos eram "lascados" para adquirir bordas cortantes.
Mãos em negativo, pintura rupestre.
As primeiras expressões da arte eram
muito simples. Consistiam em traços feitos nas paredes das cavernas, ou nas
mãos em negativo. Somente muito tempo depois de dominar a técnica das mãos em
negativo é que o ser humano da Pré-história começou a desenhar e pintar
animais.
(Fonte:GRAÇA PROENÇA - HISTÓRIA DA ARTE. São Paulo. Ed. Ática. 17ª
edição, 2007)
Bisão da caverna de Altamira, c.15000-12000 a.C., 195 cm
(apenas o comprimento do bisão)
As
pinturas das paredes das cavernas de Altamira foram as primeiras a serem
descobertas nos tempos modernos. As cavernas ficam próximas a Santander, norte
da Espanha. A descoberta ocorrida em 1879, tinha tantas e tamanhas implicações
para a arqueologia que, de início, foi dada como fraude. Esse grande bisão
(abaixo) foi pintado no teto de um longo e estreito corredor que sai de uma
caverna subterrânea em Altamira. O bisão não está sozinho. Toda uma manada
surge majestosamente no teto, e nela os bichos se imbricam – cavalos, javalis,
mamutes e outras criaturas, as caças desejadas pelo homem da Idade da Pedra. A despeito
da confusão, afirma-se ali uma poderosa presença animal.
A
TÉCNICA DE PINTURA EM PAREDE
As
cavernas são totalmente subterrâneas e, por isso, estão sempre às escuras. Os arqueólogos
descobriram que os artistas pintavam com a ajuda de pequenas lâmpadas de pedra,
cheias de banha ou tutano. Os esboços eram talhados na rocha macia, ou então
finas linhas de tinta eram sopradas na parede com um caniço oco. Para fazer
tinta colorida, os artistas usavam ocre, um mineral que podia ser socado até virar
pó e produzir pigmentos vermelhos, marrons e amarelos. O preto talvez
consistisse em pó de carvão vegetal. Todos esses pigmentos eram esfregados na
parede com as mãos (resultando em gradações de tom muito delicadas, que fazem
lembrar a pintura a pastel) ou misturados a alguma forma de fluido aderente
(como a banha, por exemplo) e aplicados com toscos pincéis feitos de caniços ou
cerdas. Os recursos eram simples, mas o efeito, em especial no estranho
silêncio da caverna, é avassalador.
(Fonte: BECKETT, Wendy. A História da Pintura. São Paulo:
Editora
Ática. 1997.
Pré-história, Pintura, Lascaux, Cavalo
Pré-história, Pintura, Niaux, Bisao do salao negro
Pré-história, Pintura, Lascaux, Animais policrômicos
- Muitos animais aparecem trespassados por flechas, e furos nas paredes indicam que os habitantes das cavernas atiravam lanças nos animais desenhados.
ESCULTURAS DO PALEOLÍTICO
Os
artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas,
tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas.
Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do
pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus
de Willendorf (abaixo).
Essa pequena escultura de pedra foi encontrada pelo
arqueólogo Josef Szombathy, em 1908, perto de Willendorf, na Áustria, e data de
aproximadamente 24 mil anos atrás. Observe alguns de seus aspectos: a cabeça
sem diferenciação evidente em relação ao pescoço, os seios volumosos, o ventre
saliente, as grandes nádegas. Provavelmente é um fetiche de fertilidade,
simbolizando abundância. Mede 11 cm e encontra-se no Museu de História Natural,
Viena.
Fonte:
Strickland, Carol. Arte Comentada: da
Pré-historia ao Pós-moderno.
Editora: Ediouro, 1999
(com adaptações)/
GRAÇA
PROENÇA - HISTÓRIA DA
ARTE. São Paulo. Ed. Ática. 17ª edição, 2007 (com adaptações)
NEOLÍTICO
O período
Neolítico foi também chamado Idade da Pedra Polida porque nele se desenvolveu a
técnica de produzir armas e instrumentos com pedras polidas por atrito, que as
torna mais afiadas.
A fixação
do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela
manutenção de manadas, ocasionou um aumento rápido da população e o
desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do
trabalho. Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de
fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os
primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do
atrito e deu início ao trabalho com metais. Todas
essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se
tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do
Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e
racionalização. Como conseqüência surge um estilo simplificador e
geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os
próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva.
Pintura rupestre nas cavernas de Tassili n'Ajjer, na Argélia
Pintura rupestre nas cavernas de Tassili n'Ajjer, na Argélia
Além de desenhos e pinturas, o
artista do Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a
beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal.
Desse período temos as
construções denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes
fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era
colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era
monumento megalítico que consiste num único bloco de pedra fincado no solo em
sentido vertical.
O Santuário de Stonehenge, no sul
da Inglaterra, pode ser considerado uma das primeiras obras da arquitetura que
a História registra. Ele apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a
intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando outros dois
círculos interiores. No centro do último está um bloco semelhante a um altar. O
conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do
solstício de verão, indício de que se destinava às práticas rituais de um culto
solar. Lembrando que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união
de nenhuma argamassa.
(Fonte: Texto: http://www.historiadaarte.com.br/
GRAÇA
PROENÇA - HISTÓRIA DA ARTE. São Paulo. Ed. Ática. 17ª edição, 2007)
STONEHENGE
Na
Idade Média, acreditava-se que esse misterioso arranjo de pedras era criação de
uma antiga raça de gigantes, ou uma feitiçaria do mago Merlim, que as teria
trazido da Irlanda. Na verdade, parecia ser um calendário astronômico muito
preciso.
Vale a pena ver o vídeo:
obrigado me ajudou muito esse site
ResponderExcluirFiquei muito feliz em poder ajudá-lo!!
ExcluirLéia, preciso fazer uma peça da arte egipcia, para o curso de arte que estou fazendo, pode me passar umas dicas?
ResponderExcluirDesculpe, Ana, só hoje vi seu comentário. Será que ainda dá tempo? Já pesquisou sobre a bela Nefertiti e Amenófis?
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