No Natal do ano 800, o papa Leão III coroou Carlos Magno
como Imperador do Ocidente, iniciando assim um imenso desenvolvimento cultural,
pois o poder real uniu-se ao Imperador, tornando-o protetor da cristandade.
Durante
o reinado de Carlos Magno a Europa teve um notável desenvolvimento cultural
conhecido como “renascimento carolíngio”. Nas oficinas de arte de sua corte os
artistas redescobriram a cultura e a arte greco-romana e produziram objetos de
arte e manuscritos ilustrados. Tanto as oficinas ligadas ao palácio como as
ligadas aos mosteiros desempenharam importante papel na evolução da arte após o
reinado de Carlos Magno.
Contudo,
no Império Carolíngio não foram criadas obras monumentais. O tamanho reduzido
era, aliás, característico dos objetos produzidos nas oficinas de arte, fossem
eles pinturas, esculturas ou trabalhos em metal.
Com a morte de Carlos Magno as oficinas
de arte centralizaram-se nos mosteiros. Das atividades artísticas aí
desenvolvidas, a ilustração de manuscritos foi a mais importante. Foram também
alvo de interesse a arquitetura, a escultura, a ourivesaria, a cerâmica, a
fundição de sino, a encadernação e a fabricação de vidros.
A tradição cultural do mundo
greco-romano foi fator decisivo para, mais tarde, criar um novo estilo,
adotado principalmente na arquitetura
das igrejas, chamado de ROMÂNICO.
Esse nome foi criado no final dos
séculos XI e XII, na Europa, para designar as obras arquitetônicas cuja
estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos.
As
igrejas românticas caracterizam-se por suas estruturas reforçadas: grossos
pilares sustentam as abóbadas e os arcos dando um aspecto de força e solidez.
As paredes maciças, com poucas janelas (aberturas raras e estreitas), tornam o
ambiente sombrio e místico levando à oração e ao recolhimento. As torres
aparecem no cruzamento das naves ou na fachada.
Igreja de São Pedro de Rates, Portugal
Interior da Igreja de São Pedro de Rates, Portugal
As torres aparecem no cruzamento das naves ou na fachada.
Igreja de Saint Philibert em Tournus na França
Igreja de Saint Philibert
Interior da Igreja de Saint Philibert
Interior da Igreja de Saint Philibert
Interior da Igreja de Saint Philibert
As construções românicas (grande parte igrejas e mosteiros)
se caracterizam pela utilização de arco pleno, abóbadas de aresta e de berço,
pela predominância de linhas horizontais, pela solidez de suas paredes com
pequenas janelas, criando ambientes escuros e sombrios.
Abóbada de berço
Abóbada de aresta
abóbada de berço e abóbada de aresta
A
primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas
são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A
explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas
igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza
nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente
clerical. A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma extensão do
serviço divino e uma oferenda à divindade. A mais famosa é a Catedral de Pisa
sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário que
começou a ser construído em 1174. Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou
porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu.
Catedral de Pisa
Catedral de Pisa
Catedral de Pisa
Catedral de Pisa
Torre de Pisa
Na
Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e
primitivas.
Durante a Idade Média, havia muitas peregrinações a lugares considerados santos. Muitas aldeias que ficavam na rota desses lugares construíram igrejas para acolher os peregrinos, que tinham de percorrer longas distâncias até chegar ao santuário desejado.
Dentre os lugares santos mais procurados estavam Jerusalém, onde Jesus Cristo morreu; Roma, onde fica a sede da Igreja; e Santiago de Compostela, na Espanha, onde se acredita que o apóstolo Tiago esteja enterrado.
A Igreja de Saint Sernin, na cidade de Toulouse, era uma dessas igrejas de parada obrigatória para os peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela.
Igreja de Saint Martin
Igreja de Saint Martin, localizada em Frómista, Espanha e fica a caminho de Santiago
PINTURA E ESCULTURA